terça-feira, 14 de setembro de 2010

Parada Gay de Goiânia termina com ação violenta da polícia

Parada Gay de Goiânia termina com ação violenta da polícia

Por Rodrigo Cruz
12.09.10

A 14ª edição da Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) de Goiânia, que reuniu cerca de 70 mil pessoas no último domingo (05/09), terminou de forma violenta. Segundo testemunhas, a Polícia Militar utilizou força física e gases de efeito moral para expulsar os participantes do entorno do Bosque Botafogo conhecido como o ponto de dispersão da parada. Houve resistência e dezenas de pessoas ficaram feridas.


Segundo o estudante Osmar Regis, que foi agredido por policiais armados, a ação começou por volta das 21h. ?O trecho final na caminhada (entre a Av. Contorno e a Araguaia) não dispunha de banheiros químicos, então muita gente, assim como eu, decidiu fazer uso do bosque para urinar?, conta Osmar, que em seguida foi cercado por um grupo de oito policiais. ?Eles perguntaram de forma irônica o que eu estava fazendo sozinho ali no meio da mata. Eu tentei explicar, mas foi inútil. Então um deles pegou o cassetete e acertou o meu glúteo direito?, relata o estudante.


Osmar diz ainda que presenciou muitas outras cenas de violência. A mais chocante, segundo ele, foi contra uma jovem que se aproximou de um grupo de policiais para pedir explicações e em vez disso, recebeu ofensas, chutes, socos, coronhadas e choques, ficando quase inconsciente. A população reagiu, mas foi covardemente atacada. Até mesmo crianças teriam sido alvo de agressão. Para Osmar, que registrou boletim de ocorrência logo após o ataque, a ação da polícia foi injustificável. ?Foi um ato homofóbico?, classifica ele.


Segundo a organização da Parada do Orgulho Gay de Goiânia, o evento estava programado para ir até as 22h e o trecho próximo ao Bosque Botafogo foi liberado previamente pela Prefeitura e pela Polícia. Com o tema ?Nosso Voto, Nossa Força - Por um Brasil sem homofobia?, a organização da parada quis chamar a atenção da população LGBT para as eleições de outubro. Quatro dias depois do ocorrido, a imprensa goiana, inexplicavelmente, não noticiou nenhuma linha sobre a ação violenta da polícia.



Fonte: http://gonline.uol.com.br/site/arquivos/estatico/gnews/gnews_noticia_24054.htm

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