domingo, 18 de março de 2012

Liberdade quando?

  • Liberdade quando?

    Nos últimos dias alguém com o nome de Cícero Diniz Vasconcelos têm usado a liberdade tão boa dos sites de relacionamento com difamação e injuria a várias pessoas, entre elas Marco Aurélio de Oliveira que conheço a mais de 15 anos. O Cícero demonstra insatisfação com algo, parece uma crise de birra, do tipo. Eu quero? Eu quero? Senão eu rasgo e eu quebro.

    Mas pelo teor de suas palavras qualquer pessoa ponderada consegue ver que se trata de alguém que reproduz em si as dificuldades humanas tão comuns em nossa sociedade entre elas, a arrogância. O que me ofendeu de forma direta esta no parágrafo abaixo copiado e colado aqui, cita:

    “Marco Aurélio e uma pessoa tão séria que sempre e barrado em subir nos trio elétricos nas paradas por causa da sua maneira de vestir pelado com uma corda no rabo, foi proibido de usar o microfone na parada de Jataí por causa da sua falta de postura.- Cícero Diniz Vasconcelos e os que ele reproduz

    Rogo encarecidamente para que alguém que seja amigo desse Cícero e que tenha a confiança do mesmo o ajude, converse com ele, para que ele mantenha a dignidade. Em Goiânia, época que não existia parada Marco Aurélio já lutava juntamente com outros. Marco foi o primeiro gay assumido a candidatar-se a vereador em Goiânia. Vamos respeitar os que nos antecede e conquistou um espaço político não só no nosso estado de Goiás mais em todo Brasil. Se Marco Aurélio fosse envolvido com as mazelas da política provavelmente estaria rico. Ele escolheu sempre defender o direito, até daqueles que nunca reconheceram seus trabalhos prestados, à liberdade. Não podemos perder nossas referências, mesmo que não concordamos com elas. Eu me lembro de ver o Marco dormir e usar a bandeira do arco-íres como coberto, andar Goiânia inteira a pé militando e fazendo prevenção.

    Queridos e queridas que sentem na pele a discriminação dessa sociedade hipócrita, sabemos que essa sociedade aceita muito bem as “bichas” que fazem de tudo para receber migalhas de suas mesas sendo comportados e decentes aos olhos deles, e os trata como coitadinhos e doentes. Admiro o Marco que se mostra a frente do nosso tempo e rasga varias convenções sociais. Não tem burocracia nem cara feia que impeça ele entrar e sair da Sede do Governo Municipal, do estadual, do nacional e suas secretarias, dos sindicatos, das associações, das faculdades, dos centros religiosos, dos presídios, das delegacias etc., Garanto que a maioria não o reconhece mais no futuro estarão dando a ele um pouco das honras que merece, na tentativa de tirar proveito de sua biografia, esse é a mal que a repreensão produz dentro de nossa própria luta, não reconhecemos os que nós considera, os que respeitam a nossa liberdade e tem disponibilizado suas vidas para a coletividade.

    Sugiro a todos e todas sairmos pelados e peladas pelas ruas de Goiânia na próxima parada para chamar atenção do Mundo pela opressão que sentimos em Goiás, oito mil pessoas; mulheres, homens, travestis e crianças de todas as cores, todas as raças, todas as idades, a maioria fora dos padrões de beleza padronizados pela sociedade, mas seres humanos completos, nus, pelados, despidos como todos nascemos mostrando que isso não fere ninguém, o que agride e a fome, a proibição de amar quem queremos e a desigualdade social desse mundo, a guerra, a opressão religiosa de Goiás até o oriente médio. Nossos corpos expostos não trariam desgraça, fome e nem morte. Já os atos tomados por pessoas “bem vestidas” têm trazido muitas desgraças ao mundo com seus códigos de posturas.

    Já que não conseguimos nos despir das hipocrisias, vamos galantear em vida aqueles que têm coragem de enfrentar a opressão mesmo que para isso tenha que gritar. – RESPEITE A MINHA LIBERDADE DE VIVER E APRESENTAR-ME DO JEITO QUE EU QUISER, E NÃO DENTRO DOS SEUS PADRÕES.

    Se esses que hoje usufrui da liberdade conquistada pelos “loucos (as)” procurar conhecer a história dos militantes homossexuais dariam mais valor a eles do que há seus erros nessa caminhada árdua. Brigando para conseguir um titulo em um conselho? Queridos, vamos pra rua fazer trabalho político, vamos estuda formas de combater aqueles que nos oprimem. Marco e outros muitos não precisam de títulos, pois eles corajosamente têm em seu Ser a representação de sim mesmo e da LIBERDADE.

    Quando teremos posse de nosso corpo? Quando não iremos mais precisar de roupas estipuladas pela moda para sentir-se respeitados? Quando iremos abrir mão de nosso conforto para ter a nossa liberdade? Eu, o que posso dizer agora é – Obrigado Marco Aurélio de Oliveira, filho de Noé Guedes de Oliveira e Adi Ferreira de Oliveira, por ter se mostrado assim, como diz Cícero Diniz Vasconcelos na intenção de ofendê-lo, pelado com uma corda no rabo. Obrigado por tudo que você representa; a mulher que não pode andar sem blusa, o gordo que tem que usar preto para parecer mais magro, o negro que não tem orgulho de sua cor, o baixo que precisa de salto para ficar mais alto, o alto que anda dobrado para parecer mais baixo, aos que sofrem fazendo cirurgia para ficar com os peitos maiores a bunda mais levantada e os são pobres mais precisam se mostra ricos. Você mostra-se à recriminação e às suas vitimas que já internalizaram e reproduz o veto a liberdade com códigos de posturas, dono de si mesmo. Chegara o dia que Jataí sentira vergonha daquele ou daquela que impediu a liberdade de seu Ser que se mostrou em um corpo livre. E você por não cobrir-se com os trapos incultos da sociedade, oferecidos em troca de sua liberdade, não subiu no trio elétrico e nem falou em um microfone, mas não tomaram seu corpo livre e perderam aqueles que não ouviram sua voz à defendê-los, juntando-se ao que os agridem.

    Marco Aurélio será maravilhoso e livre o dia que não sujeitarão você a usar uma corda no rabo, e assim você andará despido e será protegido, pela tão almejada liberdade. E no Museu Liberdade terá uma corda lembrando a opressão que lhe submeteram essa sociedade.

    No dia que todos (as) sentirmos ofendido com a tirada de liberdade do outro e movimentarmos para garantir-lhe liberdade, estaremos construindo a nossa liberdade.

    Marcos Dantas de Souza

    Goiânia 17 de março de 12


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