domingo, 7 de março de 2010

198 homossexuais foram assassinados em 2009


BRASIL
06 | 03 | 2010 15.55H








Um relatório divulgado pelo Grupo Gay da Baía (GGB) revelou que 198 homossexuais foram mortos no Brasil no ano passado, o que coloca o país na liderança de crimes contra gays, lésbicas, bissexuais e transgéneros.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

Segundo a entidade, o número de homossexuais assassinados em 2009 foi maior do que no ano anterior, quando se registaram 190 mortes violentas na comunidade gay. Os estados com os maiores índices de homicídios contra homossexuais foram Baía e Paraná - 25 cada um. O presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, disse que é preciso "dar um basta nesta situação" e alertou que o número de vítimas fatais da homofobia pode ser ainda mais alto, uma vez que, por preconceito, muitas famílias evitam denunciar os crimes.

Entre as vítimas estão padres, devotos de religiões afro-brasileiras, profissionais liberais, professores, profissionais do sexo e cabeleireiros. Do total das vítimas em 2009, 34 por cento foram mortas com armas de fogo, 29 por cento com arma branca, 13 por cento espancadas e 11 por cento asfixiadas.

O número de assassínios de homossexuais tem aumentado no Brasil nos últimos anos. De acordo com os dados do GGB, entre 1980 e 2009 este número chegou a 3196.

"Se a Secretaria Especial de Direitos Humanos [SEDH] da Presidência da República não implementar as deliberações do Programa Brasil Sem Homofobia, vamos denunciar o governo brasileiro junto da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA [Organização dos Estados Americanos] e da Organização das Nações Unidas pelo crime de prevaricação e lesa humanidade contra os homossexuais", disse um dos fundadores do GGB, Luiz Mott.

Questionada hoje pela Lusa, a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) admitiu estar preocupada com os dados. "Os números do relatório são preocupantes e mostram que temos que atuar cada vez mais. Em nenhum momento, o governo federal se esquiva desta demanda", disse à Lusa a coordenadora geral de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros (LGBT) da SEDH, Mitchelle Meira.

Segundo Mitchelle Meira, a Secretaria está a dar encaminhamento às denúncias recebidas para que sejam apuradas e para que os responsáveis sejam punidos. A representante da SEHD lembrou também que a implementação da política pública LGBT no Brasil está a passar por uma transição e que a expetativa é de fortalecimento e construção de uma rede de proteção desta comunidade.

Fonte:http://www.destak.pt/artigo/56112

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